Nicolas Steno, após completar a
sua educação universitária em Copenhaga sua cidade natal, viajou pela Europa; Na
França,Itália e Países baixos entrou em contacto com vários cientistas e
médicos proeminentes, e graças à sua grande capacidade de observação em breve
fez importantes descobertas. Numa altura em que os estudos científicos
consistiam na leitura dos autores antigos, Steno foi suficientemente audaz como
para confiar nas suas observações, mesmo quando estas diferiam das doutrinas
tradicionalmente aceitas.
Inicialmente dedicou-se ao estudo da anatomia focando o seu trabalho sobre
o sistema muscular e na natureza da contração muscular. Utilizou a geometria para mostrar que um músculo em contração altera a sua forma mas
não o seu volume.
Em Outubro de 1666, dois
pescadores capturaram um enorme tubarão, próximo da cidade de Livorno e o
grão-duque Fernando mandou enviar a cabeça do animal a Steno. Este dissecou-a e
publicou as suas descobertas em 1667. O exame dos dentes do tubarão mostrou que
estes eram muito semelhantes a certos objectos chamados glossopetrae, ou pedras
língua, encontrados em algumas rochas. Os autores antigos, como Plínio, o
Velho, haviam sugerido que estas pedras haviam caído do céu ou da Lua. Outros
eram da opinião, também ela antiga, de que os fósseis cresciam naturalmente nas
rochas. Um contemporâneo de Steno, Athanasius Kircher, por exemplo, atribuía a
existência de fósseis a uma virtude lapidificante dispersa por todo o corpo do
geocosmo.
Por seu lado, Steno argumentou
que os glossopetrae pareciam-se com dentes de tubarão, porque eram dentes de
tubarão, provenientes das bocas de antigos tubarões, que haviam sido enterrados
em lodo e areia que eram agora terra seca. Existiam diferenças de composição
entre os glossopetrae e os dentes dos tubarões actuais, mas Steno argumentou
que os fósseis podiam ter a sua composição química alterada sem que a sua forma
se alterasse, através da teoria corpuscular da matéria.
O trabalho de Steno sobre os
dentes de tubarão levou-o a questionar-se sobre a forma como um objecto sólido
poderia se encontrado dentro de outro objecto sólido, como rocha ou uma camada
rochosa. Os "corpos sólidos dentro de sólidos" que atraíram o
interesse de Steno incluíam não apenas fósseis como hoje os definimos, mas
também minerais, cristais, incrustações, veios, e mesmo camadas completas de
rocha ou estratos. Os seus estudos geológicos foram publicados na obra Discurso
prévio a uma dissertação sobre um corpo sólido contido naturalmente num sólido
em 1669. Este trabalho seria aprofundado em 1772 por Jean-Baptiste Romé de
l’Isle.
Steno não foi o primeiro a
identificar os fósseis como sendo de organismos vivos. Os seus contemporâneos
Robert Hooke e John Ray também defenderam este ponto de vista.
A Steno atribui-se definição da
lei de sobreposição, e dos princípios de horizontalidade original, continuidade
lateral: os três princípios básicos da estratigrafia.
Fonte da pesquisa: Wikipedia
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