Jardim perde uma filha ilustre, Beatriz Neves, a mais árdua devota de são Bom Jesus e guardiã da imagem desse santo até a data do seu falecimento. Uma das mulheres mais honradas da sociedade jardinense.
Beatriz Neves que era a oitava do grupo familiar constituído pelo casal Napoleão Franco da Cruz Neves e Donana Pereira Neves, nasceu em 17 de janeiro de 1910, no sítio Belo Horizonte, vindo a falecer no dia 31 de dezembro de 2011. A mesma foi alfabetizada em seu lar pelo cunhado Luiz Aires e apesar da sua nítida timidez na infância e na adolescência , saiu desta pequena cidade interiorana, a nossa jardim,com destino à capital do estado (Fortaleza),para aperfeiçoar a sua formação intelectual, cultural e religiosa no colégio das Doroteias, que era à época administrado com rigor pelas religiosas da Congregação das Filhas de Santa Dorotéia, um dos educandários de maior referência na área educacional e moral do Nordeste.
Em retorno a sua terra por volta dos anos 30 ou 31,não se sabe ao certo,abdicou de muitos prazeres da juventude para assumir efetivamente o papel de educadora, inicialmente no Sítio Belo Horizonte, onde exerceu o magistério sem auferir qualquer valor remuneratório.
No início da década de 40,por ocasião da fundação das escolas reunidas, a homenageada teve o seu valor reconhecido pelo senhor Davi Couto (embora fizessem parte de facções políticas diferentes), o qual a indicou para integrar o corpo docente daquele educandário, juntamente com as senhoras e senhoritas: Lígia Aires, Lourdes Filgueira, Pedrina Filgueira, Adelzira Luz, Dona Lóssio, Dona Luizita, Dona Vandira e Dona Eunice Sobreira.
Como membro de uma família envolvida com a política jardinense vale salientar que Beatriz Neves era irmã do primeiro prefeito constitucional de jardim, o senhor Joaquim Pereira Neves e irmã do ex-prefeito José Franco Neves, eleito prefeito de Jardim por duas vezes.
Em resumo, retrato a senhorita beatriz neves como uma mulher que era possuidora de uma fé inabalável, inteligência admirável, educadora comprometida e enciclopédia humana da História de Jardim. Ela partiu para o plano superior ao encontro do Pai Eterno, mas o seu nome ficará registrado na história do nosso município. Saudades eternas.
Texto de Cremilda Sampaio Neves Bringel
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