Dr. Francisco de Lima botelho era paraibano de João Pessoa, onde nasceu no dia 11 de janeiro de 1882.
Estudou no célebre "Ginásio Pernambucano", de Recife, graduando-se bacharel em Direito pela famosa Faculdade de Direito da capital pernambucana em 1905, portanto, aos 23 anos de idade.
Logo em 1906, o Dr. Francisco de Lima Botelho já era juiz substituto da comarca de São bernardo das Russas, onde chegou a fundar uma escola de vida efêmera.
Transferido para a comarca de Jaguaribe-Mirim, fundou ali o "Colégio 1º de Setembro", em 1910, que durou quatro anos, prestando grandes benefícios à juventude daquela cidade, inclusive no setor artístico, com afinada banda de música.
No fim de 1915, o Dr. Francisco de Lima Botelho chegou em Jardim e já no começo de 1916 fundou o "Colégio 24 se Abril". Isto prova que a educação da juventude era o grande sonho da sua vida.
A magistratura era apenas o trampolim que ele usava para a grande meta da sua existência que era o magistério!
Em 1916, foi criado o Serviço de Instrução Militar no "Colégio 24 de Abril" que foi entregue ao tenente da Polícia Militar do Ceará, Clóvis Aguiar, logo substituído por Raimundo Rocha Júnior.
O Colégio 24 de Abril funcionava em vetusto casarão adaptado, vizinho a própria residencia do juiz Dr. Francisco de Lima Botelho. Isto facilitava muito a supervisão do seu internato que chegou a abrigar cerca de oitenta alunos, segundo depoimento insuspeito de um dos internos, capitão Otacílio Anselmo e Silva, publicado na revista !A Província", do Crato, nº 2, em 5 de julho de 1954, que me foi gentilmente cedida pelo pesquisador Joaryvar Macêdo.
Sendo saxofonista, o Dr. Francisco de Lima Botelho não concebia um educandário sem uma banda de música, inicialmente dirigida pelo maestro mestre Antônio de Noca, depois pelo Prof. João ferreira, egresso das fileiras do Exército e diplomado pelo Conservatório de música de são paulo e finalmente, pelo maestro Arlindo Cruz.
O Dr. Francisco de lima Botelho era educador por excelência e fundou também no seu colégio um teatrinho no qual os seus alunos praticavam arte dramática.
Sessões cívicas eram também realizadas pelo "Colégio 24 de Abril" e os seus alunos que mais se destacavam eram levados à tribuna para saudações às datas nacionais.
Quando um aluno cometia um deslize qualquer a repreensão era feita em um ditado improvisado para toda turma, verberando o erro e mostrando o procedimento correto! Notável já a pedagogia do Dr. Francisco de Lima Botelho que fundou o Colégio 24 de Abril aos 34 anos de idade.
Com a chegada do Dr. Francisco de Lima Botelho, Jardim passou a ser uma cidade por excelência de estudantes, vivendo a fase áurea de sua vida, indubitavelmente!
O Dr. Francisco de lima Botelho também movimentou jardim socialmente, organizando passeios aos sítios e fazendas da região com todo o seu colégio movimentando os fins de semana. O capitão Otacílio Anselmo e Silva tomou parte, por exemplo, na excursão do Colégio 24 de Abril ao sítio Guaribas, em Porteiras, pertencente ao famoso coronel Chico Chicote.
Durante a sua breve existência de apenas sete anos o colégio do Dr. Botelho chegou a matricular cerca de mil alunos.
Mas depois que saiu de jardim pressionado pela intolerância do João Roberto Perreira, o Dr. Francisco de lima Botelho foi designado para a Comarca de São benedito onde fundou o "Colégio 1º de março", em 1926, que perdurou por 16 anos, até que o grande educador e íntegro magistrado pediu aposentadoria, depois de 30 anos de bons serviços ao Ceará, passando a residir em Fortaleza para cuidar da educação dos seus filhos.
Como coroamento de sua fecunda existência, em 17 de setembro de 1953, o Dr. Francisco de lima Botelho foi homenageado em Fortaleza pelo programa "Honra ao Mérito", da Ceará Rádio Clube!, aos 71 anos de idade.
Foi o último grande ato público da sua vida inteiramente voltada para o magistério sem nenhum incentivo oficial, orientando visa, instruindo, educando, semeando auroras nos espíritos jovens, como um verdadeiro benfeitor da juventude do seu tempo!
Realmente, HONRA AO MÉRITO!
Fonte: Napoleão Tavares Neves em seu livro "Colégio 24 de Abril" página, 26.
